Filipe Ret fala sobre ser referência para a nova geração: ‘Eu sou a própria transformação do rap’ (2024)

“Quem me acompanhou lá na Lapa [no Rio de Janeiro] em 2002, 2003, falava que eu tinha 20 anos de carreira. Aí eu falei, ‘não, não são 20, eu nem considero 20, eu me considero mais novo. E aí chegamos nos 15, que foi mais ou menos quando eu comecei a ir para o estúdio”, explica sobre a escolha da data.

Seja em uma década e meia ou duas, fato é que Ret tem motivos de sobra para celebrar a atual fase musical. E a festa vai ser, é claro, em cima do palco: neste sábado (21) e domingo (22), a Arena Jeunesse vai ficar pequena para receber os shows especiais (e esgotados!), que também vão render um DVD. Mas para quem não vai comparecer ao evento, a alternativa é assistir à transmissão ao vivo no Multishow, a partir das 23h!

Ansioso para subir ao palco e com a expectativa a mil por hora, o carioca fala ao gshow sobre as mudanças mais significantes pelas quais passou ao longo da carreira, conta como a paternidade mudou sua perspectiva de vida e sobre ser uma referência para nova geração do trap.

‘O poder de transformação do rap’

O menino que cresceu ouvindo Gabriel o Pensador, Racionais MC’s e Planet Hemp hoje lota shows. É esse sentimento de vitória que ele quer transmitir com a própria música e na dobradinha de shows que está prestes a fazer:

“Eu sei o poder da transformação que o rap pode causar, porque eu sou a própria transformação que o rap causa. Então, eu sei o que é ir para o trabalho de ônibus e ficar ouvindo músicas que te fazem sonhar e que te fazem querer ir muito mais além do emprego que você tem. Eu acho que é isso o que me motiva a fazer as pessoas sonharem e irem além, e colocar isso nas letras para as pessoas progredirem. Acho que o rap é quase uma forma de educação alternativa, para mim fundamental.”

Mas não foi apenas o rap que fez o cantor de 39 anos e cara de marrento mudar de postura em alguns aspectos, foi a paternidade.

“Meu filho foi a minha maior transformação! Essa semana, por exemplo, foi a mais caótica de trabalhos para mim, mas também foi a que eu mais estive com ele e isso me dá muita força. Eu ganhei uma perspectiva de vida maior, de onde a minha vida pode ir. Eu acho que isso ativou o meu instinto de sobrevivência. Meu filho ajudou muito nisso!”

Além disso, ele contou, recentemente, em suas redes sociais que está há alguns meses sem cigarro e compartilhou uma foto do antes e depois da rotina intensa de treinos que mantém, regrada, há 2 dois. O resultado surpreendeu os seguidores, mas Ret reage com normalidade:

“Eu criei a minha forma de viver, a minha doutrina de vida, minha cultura... Aqui, a gente fuma maconha, gosta de usar ouro, gosta da noitada, faz parte da nossa cultura. Assim como buscar ter um corpo o mais saudável possível, são várias relações com as coisas do mundo. É, realmente, uma doutrina de vida completa, por isso eu acho que treinar entra como mais uma extensão dessa doutrina: cuidar do corpo, da saúde, da mente, buscar o seu melhor.”

‘Vão me vê voando’

O trecho que Ret canta em “Melhor Agora” se repetiu em sua trajetória. Com uma indicação ao Grammy Latino 2023 por Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa, com “Good Vibes”, shows lotados e novo disco no forno, o artista investiu quase R$ 4 milhões no show especial de 15 anos sem pretensão de lucros:

“O lucro vem depois, sendo uma coisa bacana. E, se Deus quiser, a gente pode estender o show para outros estados. Sabemos que pode virar um lucro a longo prazo, porque é um investimento na carreira, mas de imediato não, não vai ter lucro nenhum.”

Filipe Ret — Foto: Divulgação/Steff

Confiante e orgulhoso do que construiu até agora, ele diz que não pede mais nada a Deus, só agradece: “É uma fase de muita gratidão, eu não peço mais nada para Deus, porque tudo vai depender do meu trabalho, da minha saúde. Eu já tenho tudo o que eu gostaria de ter. Eu sei que eu sou uma referência para a molecada que está na cena chegando agora.”

Ele deixa claro que as conquistas a que se refere não têm relação nenhuma com os bens materiais que adquiriu, apesar de vibrar com todas elas:

"Eu tenho a minha McLaren como um símbolo, como um prêmio, mas eu poderia não ter também, por isso eu me sinto vitorioso. Tudo isso é a consequência da forma como eu conduzi meu trabalho. Provavelmente, custaria absurdamente mais caro tirar esse aprendizado do que tirar minhas coisas. Acho que aí está todo o tesouro!"

‘FRXV’

Sem dar detalhes, ele afirma que a apresentação, batizada de “FRXV”, será diferente de todas as outras, mas precisou fazer algumas adaptações no setlist por causo do tempo de show:

“Foi muito difícil porque a gente cortou muita música, vão ter duas trocas de roupas, então isso já cortou o tempo. Eu faço um show de festival que eu canto só metade das músicas, vou picotando e canto um monte de faixa. Dessa vez, não deu para fazer isso, tive que cantar as músicas inteiras, mas não, tipo, completinhas. Então, acho que o pessoal vai querer me matar querendo certas músicas relíquias [risos].”

Filipe Ret — Foto: Divulgação/Steff

Apesar disso, ele revela que vem música inédita por aí! Ret compôs uma música para a namorada, Agatha Sá, que ainda não foi lançada e será cantada, pela primeira vez, nos shows deste final de semana.

Mas a faixa não leva o nome da amada, com quem mantém um relacionamento monogâmico desde junho deste ano. Aliás, ele afirma que só coloria os nomes do filho e dos pais em uma canção:

“Não vai ser tão pessoal assim não [risos], ela se chama ‘Amor Livre’. Eu acho que a música é algo muito maior do que qualquer relação. Acho que eu não a nomearia, eu prezo muito pelo tamanho da música e da arte. Então, todo mundo vai saber que a faixa é para minha namorada, mas ela vai além. Acho só faria uma com o nome dos meus pais e do meu filho, inclusive vai sair ainda essa, já está escrita, mas meu disco novo vai sair só no que vem. Agora namorada... Acho que não precisa ser específico.”

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